Seja bem-vindo
Bacabal,27/09/2025

  • A +
  • A -

Louremar Júnior

O Maranhão em Movimento: Análise do retrato atual do empreendedorismo no estado


O Maranhão em Movimento: Análise do retrato atual do empreendedorismo no estado

O Maranhão vem mostrando sinais claros de transformação em seu cenário econômico. Nos últimos anos, iniciativas públicas e privadas têm buscado fortalecer o empreendedorismo, estimular a abertura de negócios e gerar empregos que movimentam as economias locais.

Esse movimento não acontece apenas nas capitais: ele alcança cidades médias e pequenas, que começam a despontar como polos regionais de comércio, serviços, indústria e agronegócio. Como é o caso de Balsas, no sul do estado, que se consolidou como um dos principais polos do agronegócio maranhense. A cidade não apenas concentra atividades ligadas à produção agrícola e exportação, mas também se destaca nacionalmente por sua alta média de empregos gerados por empresa, refletindo um ambiente empresarial dinâmico e conectado à expansão do setor agroindustrial.

Empresas ativas: concentração nos grandes polos, mas com interior em movimento

Quando analisamos a quantidade de empresas ativas, fica evidente a forte concentração em algumas regiões do estado. Como já é de se esperar, São Luís, a capital, lidera com folga, somando mais de 146 mil empresas e representando 33,13% do total de empresas do Maranhão. Logo atrás vem Imperatriz, o principal polo econômico do interior, com mais de 42 mil empresas ativas, equivalente a 9,5% do estado.

Cidades como São José de Ribamar, Timon, Balsas e Paço do Lumiar aparecem em seguida, com percentuais entre 2% e 4% do total estadual. Embora menores em participação, esses municípios mostram um crescimento consistente, sendo fundamentais para a dinâmica econômica regional.

Já municípios como Açailândia, Caxias, Bacabal e Codó aparecem na lista com percentuais abaixo de 2,5%, mas ainda assim desempenham papéis importantes ao atender demandas locais e regionais, seja no comércio, serviços ou pequenas indústrias. Esse cenário mostra que, apesar da concentração nas grandes cidades, há uma base empreendedora distribuída pelo estado que precisa ser fortalecida para gerar mais oportunidades e reduzir desigualdades regionais.


Empregos gerados: números absolutos e impacto proporcional

Quando olhamos além do número bruto de empresas e passamos a analisar quantos empregos essas empresas geram, o cenário ganha nuances interessantes e até surpreendentes.

Embora São Luís continue no topo em números absolutos, com mais de 300 mil empregos gerados, é no interior que encontramos os maiores índices de empregos por empresa. Balsas, por exemplo, lidera lado a lado com a capital, com uma média de 2,07 empregos por empresa, evidenciando o peso das atividades agroindustriais no município.

Cidades como Açailândia e Codó, embora não concentrem a maior quantidade de empresas, conseguem gerar um impacto considerável em empregos formais, com médias acima de 1,5 empregos por empresa.


Densidade empresarial: onde o empreendedorismo é mais disseminado

Outro dado que ajuda a entender o perfil empreendedor no Maranhão é a densidade empresarial, ou seja, quantos habitantes existem para cada empresa ativa em um município. Esse indicador revela não apenas o volume absoluto de negócios, mas também o quão difundido está o empreendedorismo entre a população.

Imperatriz aparece como destaque positivo nesse quesito, com aproximadamente uma empresa para cada 6 habitantes, evidenciando uma forte presença de negócios na vida econômica local. São Luís vem logo atrás, com uma empresa para cada 7 habitantes, reforçando seu papel como centro dinâmico de comércio e serviços.

Balsas, novamente, surpreende positivamente, com uma empresa para cada 8 habitantes, reflexo da vitalidade econômica gerada pelo agronegócio. Por outro lado, cidades como Bacabal (1 empresa a cada 13 habitantes), Caxias (1 para 16) e Codó (1 para 24) mostram que ainda há espaço significativo para ampliar a cultura empreendedora e estimular novos negócios.

Essa menor densidade não significa ausência de potencial pelo contrário, revela oportunidades para políticas públicas, programas de capacitação e investimentos privados que possam estimular o surgimento de micro e pequenas empresas, fortalecer cadeias produtivas locais e, consequentemente, gerar mais empregos e renda.

O que fazer para destravar o potencial das cidades

Diante de todo esse cenário, é fundamental ter em vista que cada realidade é única e por isso se faz necessária uma atenção com estratégia personalizada para cada município. Cidades como São Luís, Imperatriz e Balsas já conseguem colher frutos dos seus investimentos no empreendedorismo e inovação, mesmo ainda tendo muitas necessidades a serem resolvidas, enquanto isso, outras cidades como Bacabal, Caxias, Codó e Açailândia precisam destravar seu potencial empreendedor e algumas medidas podem fazer diferença real, como:

Fomentar a formalização de negócios locais:

o Muitos empreendimentos funcionam na informalidade, limitando acesso a crédito, benefícios fiscais e programas de apoio. Campanhas de formalização, desburocratização de processos e parcerias com entidades como Sebrae podem ajudar micro e pequenos negócios a darem o próximo passo.

Investir em capacitação e qualificação empreendedora:

o Programas de formação voltados para gestão, finanças, inovação e marketing digital são essenciais para fortalecer a competitividade das empresas locais. 

Apoiar cadeias produtivas locais e regionais:

o Mapear os setores mais promissores, como comércio varejista, serviços de saúde, alimentação, agricultura familiar e estruturar redes de apoio e incentivo, fortalecendo não apenas empresas individuais, mas todo o ecossistema ao redor delas.

Os dados sobre o perfil empreendedor no Maranhão revelam um estado em movimento, mas ainda distante do seu pleno potencial. Embora cidades como São Luís, Imperatriz e Balsas apresentem números expressivos em quantidade de empresas, empregos gerados e densidade empresarial, isso não significa que estejam livres de desafios: todas elas ainda enfrentam gargalos relacionados à inovação, qualificação de mão de obra, infraestrutura e inclusão produtiva.

Por outro lado, cidades como Bacabal, Caxias, Codó e Açailândia carregam o peso do potencial ainda não explorado. Nessas localidades, é fundamental investir na formalização de negócios, no fortalecimento das cadeias produtivas locais e na geração de empregos de qualidade, criando um ambiente propício para que pequenos e médios empreendedores prosperem.

O futuro do Maranhão depende menos de comparações entre municípios e mais de uma visão integrada, capaz de fortalecer tanto os grandes polos quanto as cidades intermediárias e pequenas. Investir no interior, apoiar quem já empreende e abrir portas para quem quer começar não é apenas uma questão econômica é um caminho essencial para construir um estado mais equilibrado, inclusivo e preparado para o futuro.

_______________________

Louremar Júnior é Professor e empresário. Formado em Sistemas para Internet; Especialista em Gestão da Inovação; Especialista em Docência no Ensino Médio e Técnico; Especialista em Análise de Dados e Inteligência Artificial; Coordenador do Núcleo Escola-Trabalho do Instituto de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão - IEMA; CEO da Vincc1 Tecnologia e Inovação.



COMENTÁRIOS

LEIA TAMBÉM

Buscar

Alterar Local

Anuncie Aqui

Escolha abaixo onde deseja anunciar.

Efetue o Login

Recuperar Senha

Baixe o Nosso Aplicativo!

Tenha todas as novidades na palma da sua mão.