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Bacabal,27/09/2025

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Louremar Júnior

Invenção x Inovação: a trilha da Criatividade até a Geração de Valor


Invenção x Inovação: a trilha da Criatividade até a Geração de Valor
Por mais que sejam palavras bem distintas, há quem confunda seus significados ou acredite que, na prática, elas tenham a mesma aplicação. Porém, entender a diferença entre criatividade, invenção e inovação é essencial, principalmente quando falamos sobre empreendedorismo, geração de valor e desenvolvimento de soluções relevantes para o mercado.

A ideia deste artigo é justamente explorar essas diferenças e destacar a importância de cada um desses conceitos no processo de criação e crescimento de negócios.

Começando pela Criatividade

A criatividade é o ponto de partida de todo processo de transformação. É a habilidade humana de imaginar, questionar, conectar referências e formular ideias novas, mesmo quando tudo ao redor parece repetitivo ou estagnado. Ela surge da curiosidade, da observação e da vontade de enxergar o mundo com outros olhos.

Engana-se quem pensa que criatividade está restrita ao campo das artes. Na verdade, ela é uma competência transversal, que pode e deve ser aplicada em todas as áreas: da engenharia à educação, da gestão à saúde. Um professor que desenvolve uma nova abordagem para ensinar, um empreendedor que encontra um jeito inusitado de atrair clientes, um agricultor que reorganiza sua produção para otimizar recursos, todos estão sendo criativos.
Mais do que ter ideias diferentes, ser criativo é ter coragem de pensar fora do óbvio, de fazer perguntas que ninguém está fazendo e de imaginar novas possibilidades. Mas é importante frisar que ao contrário do que muitos afirmam, a criatividade não é uma habilidade exclusiva de quem “nasce com esse dom”, na verdade todo ser humano é capaz de criar e existem diferentes formas de estimular essa habilidade. 

Criar algo novo na mente é apenas o primeiro passo. Mas sem esse passo, nenhuma invenção ou inovação seria possível. Afinal, tudo o que hoje é concreto, um dia foi apenas uma ideia.

O papel da Invenção

Se a criatividade é a centelha inicial, a invenção é a faísca que ganha forma. É quando uma ideia deixa de ser apenas um conceito e se torna algo concreto, tangível e inédito no mundo. A invenção representa um salto: da abstração para a criação real. Trata-se de conceber algo que não existia antes em nenhuma outra forma, seja um dispositivo, um processo, uma ferramenta, um mecanismo ou até um princípio científico.

Inventar é introduzir o novo e muitas vezes, esse novo surge como resposta direta a um problema específico. Outras vezes, nasce de curiosidade, intuição ou até acidentes de percurso que revelam oportunidades inesperadas.

Um exemplo clássico é o telefone, inicialmente atribuído a Alexander Graham Bell, mas que hoje se reconhece como invenção do italiano Antonio Meucci, motivado pelo desejo de se comunicar com sua esposa doente sem sair do local. Ele transformou uma ideia em um sistema funcional de comunicação à distância, algo até então inexistente.

É importante destacar que nem toda invenção se torna, por si só, uma inovação ou um sucesso comercial. Muitas invenções permanecem desconhecidas ou sem aplicação prática por anos até que alguém perceba seu potencial e encontre um contexto viável para utilizá-las. Isso reforça o papel estratégico da próxima etapa: a inovação.

Portanto, a invenção é o meio pelo qual materializamos a criatividade. É o ato de dar forma à imaginação, criando soluções que podem, ou não, transformar o mundo. Mas, sem ela, a inovação não existiria.

Quando acontece a Inovação

A inovação é o momento em que uma ideia ou invenção deixa de ser apenas uma proposta ou experimento e passa a gerar valor real, seja para pessoas, empresas ou a sociedade. E é exatamente esse valor que diferencia uma boa ideia de uma solução relevante. Inovar não é apenas fazer algo novo, mas fazer algo que faça sentido, que seja útil, desejado, viável e que transforme positivamente a realidade de quem utiliza.

Diferente da invenção, que se baseia na originalidade absoluta, a inovação está relacionada ao impacto e à aplicação prática. Ela acontece quando uma solução, que seja nova ou já existente, é implementada com sucesso, provocando mudança, melhoria ou vantagem competitiva.

E aqui está um ponto-chave: nem toda inovação precisa ser revolucionária. Ela pode ser incremental, ou seja, uma melhoria pequena, mas relevante, em algo que já existe. Um ajuste em um processo, uma nova abordagem de atendimento, uma nova embalagem, uma função a mais em um aplicativo... Tudo isso pode ser considerado inovação, desde que gere valor percebido.

Um exemplo claro é o dos aplicativos de entrega de comida. A entrega em domicílio já existia há décadas. O que empresas como iFood ou Rappi fizeram foi inovar na forma como o serviço é solicitado, monitorado e pago, usando a tecnologia como catalisadora de conveniência e escala.
A inovação, portanto, está muito mais ligada à aplicação e ao impacto do que à criação em si. Ela depende de contexto, entendimento de mercado, empatia com o usuário e um olhar atento às oportunidades de fazer melhor.

Para empreendedores, inovar é mais do que uma opção, é uma necessidade competitiva. Em mercados cada vez mais dinâmicos e saturados, inovar pode ser o diferencial entre estagnar ou crescer. É por isso que inovação deve ser pensada como cultura, processo contínuo e estratégia de evolução constante.

Unindo os pontos: da Ideia à Transformação

Entender as diferenças entre criatividade, invenção e inovação é o primeiro passo para agir com mais consciência, foco e impacto. O empreendedor que domina esses três pilares consegue navegar melhor em ambientes incertos, gerar soluções com valor agregado e se destacar em um mercado em constante transformação.
No mundo dos negócios, as três competências são essenciais:
A criatividade ajuda o empreendedor a visualizar oportunidades.
A invenção pode ser o diferencial técnico ou operacional.
E a inovação é o que gera vantagem competitiva real, resultado prático e crescimento.

Mais do que nunca, o futuro pertence a quem não apenas pensa diferente, mas age diferente. Aquele que cultiva a criatividade como hábito, incentiva a invenção como processo e transforma a inovação em cultura organizacional está à frente. Afinal, empresas que inovam de verdade não apenas acompanham o mercado — elas o lideram.

Portanto, seja qual for o estágio do seu projeto, negócio ou ideia: crie, invente, inove. Mas, acima de tudo, gere valor. É isso que transforma intenções em impacto real.
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Louremar Júnior é Professor e empresário. Formado em Sistemas para Internet; Especialista em Gestão da Inovação; Especialista em Docência no Ensino Médio e Técnico; Especialista em Análise de Dados e Inteligência Artificial; Coordenador do Núcleo Escola-Trabalho do Instituto de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão - IEMA; CEO da Vincc1 Tecnologia e Inovação.



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