Boletim do Ministério da Saúde mostra que Bacabal precisa intensificar ações contra o HIV
Taxa de detecção caiu 1,8% nos últimos anos

O município de Bacabal figura entre os 100 municípios brasileiros com mais de 100 mil habitantes no novo Boletim Epidemiológico HIV e Aids 2024, divulgado pelo Ministério da Saúde. A cidade ocupa a 89ª posição no ranking, com uma taxa média de detecção de aids de 22,7 casos por 100 mil habitantes nos últimos três anos.
O relatório apresenta uma pequena variação de queda anual de 1,8% nos novos casos de aids em Bacabal. Mesmo assim Bacabal ainda enfrenta uma situação alarmante. A taxa de mortalidade por aids, de 9,4 óbitos a cada 100 mil habitantes,
Apesar de uma pequena redução na taxa de novos casos, a taxa de mortalidade segue em 9,4 óbitos por 100 mil habitantes, índice considerado elevado e que acende um alerta para a necessidade da adoção de medidas urgentes como mais testagens, diagnóstico precoce e ampliação do acesso ao tratamento, especialmente para populações mais vulneráveis.
A situação evidenciada pelo Ministério da Saúde reforça a urgência de intensificar o acesso ao teste rápido de HIV, especialmente para populações em situação de vulnerabilidade, além de ações educativas e o fortalecimento da rede de atendimento.
Um dado positivo é que não foram detectados casos em crianças menores de 5 anos no período recente, o que pode indicar sucesso nas estratégias de prevenção da transmissão vertical (de mãe para filho). Contudo, a média da primeira contagem de CD4 — um indicador imunológico dos pacientes — foi de 253 células/mm³, abaixo do ideal para início precoce do tratamento, reforçando a necessidade de testagem e diagnóstico antes do agravamento da doença.
Dados de Bacabal no Boletim HIV e Aids 2024:
• Ranking nacional entre os municípios com mais de 100 mil habitantes: Bacabal aparece entre os 100 primeiros.
•Posição: Bacabal ocupa a posição 89ª no ranking nacional.
•Índice composto: 5,541.
•Taxa média de detecção de aids: 22,7 casos por 100 mil habitantes nos últimos três anos.
•Variação média anual da taxa de detecção: -1,8% (ou seja, leve redução ao longo dos últimos 5 anos).
•Taxa média de mortalidade por aids: 9,4 óbitos por 100 mil habitantes.
•Variação da taxa de mortalidade: +0,3%.
•Taxa de detecção de aids em crianças menores de 5 anos: 0,0.
•Variação da taxa de detecção em menores de 5 anos: 0,0.
Sobre o boletim
O Boletim Epidemiológico HIV e Aids 2024 traz um panorama dos casos no país entre 1980 e 2024, com especial atenção aos últimos anos. Destaca o compromisso do Brasil com as metas globais da ONU e da OMS de eliminar o HIV como problema de saúde pública até 2030.
O novo boletim nacional revela um grave problema de subnotificação: cerca de 1 em cada 3 casos de aids no Brasil não é registrado corretamente no principal sistema de vigilância em saúde. No Maranhão, esse cenário tende a ser ainda mais preocupante, com registros muito abaixo da média nacional. A subnotificação dificulta o combate à doença, invisibiliza a realidade das pessoas que vivem com HIV e atrasa o acesso ao tratamento, aumentando o risco de transmissão e mortes evitáveis.
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